DICAS DE LEITURA

Este ensaio tem por objetivo sonhar um currículo-vida confabulado pelo acontecimento, a partir do encontro com os professores em formação do curso de licenciatura em Pedagogia, na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O que nos mobiliza é a convocação do sonho enquanto método para compor um currículo-vida que atue na fabricação de professores outros que ensinam ciências nos anos iniciais. Alinhadas a Filosofia da/na Diferença, assumimos a ferramenta do acontecimento (2022a) e da escrita de si em Foucault (1992), para inventar outros currículos, a partir da ideia de que o sonho é uma ferramenta para (re)existir e encontrar nas miudezas do cotidiano as fissuras que trazem espaços outros de experiências para um professorar sensível e inventivo. Para tanto, foi constituído um ateliê-vida durante o estágio docência enquanto currículo-vida em movimentos fluídos, feitos e desfeitos cotidianamente tecidos a partir de encontros imprevistos. As linhas buscaram abandonar as marcas por contornos e traços muito definidos, que compreendiam um currículo que forma professores pelas ideias de transmissão, acúmulo, preenchimento dos corpos, como argilas enrijecidas que não permitem outras formas. Esta argila moldada em conformações foi sendo [des]truída, [re]construída e [trans]construída e as linhas traçadas, passaram a acompanhar diferentes formatos, aqueles que também erram, são disformes, umedecidos. O sonho aqui sonhado, dispara outros tipos de artesanias, escritos de si em barro úmido, gotas de água da criação em multiplicidade de contornos.

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